* Frei Luizinho Marafon – Pároco da Igreja São Lourenço Mártir e Nossa Senhora Aparecida

A graça salvadora de Deus manifestou-se a toda a humanidade. Ela nos ensina a renunciar à impiedade e às paixões mundanas e a viver neste mundo com ponderação, justiça e piedade, aguardando a ditosa esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Cristo Jesus. (Tt 2,11-13).

Epifania significa manifestação. Não uma manifestação qualquer, mas a manifestação de Deus no meio da humanidade. Deus se manifesta a cada coração, a cada ser humano. Ele é motivo de alegria e quer de cada um a conversão, a vida nova iluminada pela luz do Senhor. O Filho de Deus, o Verbo que se fez gente, é a única fonte de salvação e de santidade. Ele é o homem perfeito. Ele é a imagem do Deus invisível (Cl 1,15).

“Epifania é a solenidade do caminho: caminho de Deus até nós, dos Magos até o Menino, do Menino para longe dos que o perseguem e de cada um de nós, para os pobres e sofredores. Portanto, celebrar é comprometer-se. É colocar-se diante de Deus com um novo sim. Um sim afinado com a vida, porque assim como Deus nasceu em nosso meio, trazendo, a Salvação, precisamos possibilitar todos os dias, o nascimento da esperança, para aqueles que estão consumidos pela dor ou pelo nosso profundo do abandono. Que esses gestos, façam parte de nossas vidas e nos ajudem a espelhar os sentimentos de proteção e salvação, que vêm de Deus, na pessoa de Jesus”. (Roteiros Homiléticos, CNBB 2023).

Os Magos

A história dos reis magos é narrada na Bíblia, exclusivamente no Evangelho de Mateus, sendo encontrada no capítulo 2 e nos versículos de 1 a 12. A narrativa bíblica, não fornece muitos detalhes sobre eles, nem sequer seus nomes são mencionados. O único registro da origem deles, é a menção ao fato de serem do Oriente. A história dos reis magos, na Bíblia, desenrola-se a partir do nascimento de Jesus, que aconteceu em Belém, e uma estrela no céu (conhecida, na tradição cristã, como estrela de Belém),acabou atraindo a atenção de três magos, que foram guiados até o local, onde se encontrava o recém-nascido.

Os magos chegaram a Israel e foram encontrar-se com Herodes, o governador da região, perguntando-lhe: “onde estava o rei dos judeus”? Herodes passou a orientação para que os magos continuassem sua busca e, para guiá-los na tarefa, contou-lhes o que as profecias hebraicas, diziam a respeito de Jesus. Herodes ainda pediu, para os magos  o avisarem, quando encontrassem Jesus, porque ele também queria adorar o Filho de Deus. Mas ele, temendo pela perda de seu posto de poder, queria, na verdade, matar o recém-nascido.

O Encontro com Jesus, faz os magos mudarem o caminho; tinham vindo pela estrada da curiosidade humana, buscando resposta ao seu anseio de paz, nas estruturas do poder constituído. Era impossível não passar por Jerusalém, para consultar os sábios de Israel e o rei Herodes. Depois que encontraram o menino e o reconheceram como o Rei dos reis, oferecem presentes, ouro, incenso e mirra, e retornam por outro caminho. Quem se encontra com Jesus muda de caminho, a vida segue com outro sentido. Os magos mudam o caminho e mudam a visão. Somente a fé vê mais longe. Como os magos, é preciso ter olhar de fé para ver o que é invisível: a divindade. Os magos anunciam que Cristo veio para todos, é a dimensão missionária da salvação. Jesus se revela a todos: aos de perto e aos de longe.

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